quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Ponto – Traço

Um ponto negro – um traço
na planície branca
e uma pergunta no silêncio
resolve-se na luz
de uma outra folha inatingível
nudez de evidência ou
de um equilíbrio súbito suspenso
de um contorno novo
uma prosa branca
o desvio de um sulco
ou haste
perpendicular à lentidão do curso
o nome que ascende e principia o fluxo
que não cessa aqui




António Ramos Rosa

11 comentários:

  1. Antes de desviar os olhos pensei que estavas a escrever morse...

    mas impôs-se o "contorno novo" do poema.

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  2. ...
    conheço a sensação.
    a tramada da folha (página) em branco!!

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  3. DESVIO
    DESVIOS

    VERDADE
    VERDADES

    CRIME
    McCannS (???)

    CADEIA
    CADEIAS

    E
    EU

    PUS O COELHINHO
    V�TIMA DAS
    CADEIAS

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  4. Ficaste com um...insecto?
    Eu com dois. Sem regatear...

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  5. não gosto de pontos negros
    mas...
    gosto de prosas brancas !

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  6. A problemática do azul que faz dançar as palavras na página em branco.

    "Uma linha de azul fina e pálida traça
    Um lago, sob o céu atrás da nuvem clara
    Molha no vidro da água um dos cronos aduncos,
    Junto a três grandes cílios de esmeralda, juncos."

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  7. "Não posso adiar o amor para outro século
    não posso
    ainda que o grito sufoque na garganta
    ainda que o ódio estale e crepite e arda
    sob as montanhas cinzentas
    e montanhas cinzentas

    Não posso adiar este braço
    que é uma arma de dois gumes amor e ódio

    Não posso adiar
    ainda que a noite pese séculos sobre as costas
    e a aurora indecisa demore
    não posso adiar para outro século a minha vida
    nem o meu amor
    nem o meu grito de libertação

    Não posso adiar o coração."

    beijo

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