Um ponto negro – um traço
na planície branca
e uma pergunta no silêncio
resolve-se na luz
de uma outra folha inatingível
nudez de evidência ou
de um equilíbrio súbito suspenso
de um contorno novo
uma prosa branca
o desvio de um sulco
ou haste
perpendicular à lentidão do curso
o nome que ascende e principia o fluxo
que não cessa aqui
António Ramos Rosa
na planície branca
e uma pergunta no silêncio
resolve-se na luz
de uma outra folha inatingível
nudez de evidência ou
de um equilíbrio súbito suspenso
de um contorno novo
uma prosa branca
o desvio de um sulco
ou haste
perpendicular à lentidão do curso
o nome que ascende e principia o fluxo
que não cessa aqui
António Ramos Rosa
11 comentários:
Antes de desviar os olhos pensei que estavas a escrever morse...
mas impôs-se o "contorno novo" do poema.
o coisinho do BE??
...
conheço a sensação.
a tramada da folha (página) em branco!!
é-me tão familiar...
DESVIO
DESVIOS
VERDADE
VERDADES
CRIME
McCannS (???)
CADEIA
CADEIAS
E
EU
PUS O COELHINHO
V�TIMA DAS
CADEIAS
e o teu carteiro?
.
não cessa nunca.
.
Ficaste com um...insecto?
Eu com dois. Sem regatear...
não gosto de pontos negros
mas...
gosto de prosas brancas !
A problemática do azul que faz dançar as palavras na página em branco.
"Uma linha de azul fina e pálida traça
Um lago, sob o céu atrás da nuvem clara
Molha no vidro da água um dos cronos aduncos,
Junto a três grandes cílios de esmeralda, juncos."
"Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob as montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas
Não posso adiar este braço
que é uma arma de dois gumes amor e ódio
Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação
Não posso adiar o coração."
beijo
Enviar um comentário