segunda-feira, 4 de dezembro de 2006

Estética do grito

Vai-te, Poesia!

Deixa-me ver friamente
a realidade nua
sem ninfas de iludir
ou violinos de lua.

Vai-te, Poesia!

Não transformes o mundo
descarnado e terrível
num céu de esquecer
com mendigos de nuvens
famintos de estrelas
e feridas a cheirarem a cravos
- enquanto os outros, os de carne verdadeira,
uivam em vão
a sua fome de cadelas
e de pão.

Vai-te, Poesia!

Deixa-me ver a vida
Exacta e intolerável
neste planeta feito de carne humana a chorar
onde um anjo me arrasta todas as noites para casa pelos
[ cabelos
com bandeiras de lume nos olhos,
para fabricar sonhos
carregados de dinamite de lágrimas.

Vai-te, Poesia!

Não quero cantar.
Quero gritar!

José Gomes Ferreira



Jaime Pitarch

5 comentários:

Bandida disse...

O grande J.Gomes Ferreira!!!!!!


ENORME!!!!!!!!!!!







beijo.
___________________________

Anónimo disse...

A culpa é da poesia. Foi assim que tudo começou.

merdinhas disse...

gosto do escalpe do J.G. F. à poesia e do outro.

Jeannine Trévidic disse...

Que fotografia fantástica!
Desculpa - não percebi que tinha enviado para ti aquele comentário. Não era para ti mas para um dos membros do blog do saber das artes.
(Acho que estou a escrever bem)
Bom, de qualquer maneira gosto destes desencontros/encontros. Vou dar uma volta pelo teu blog.
Até logo

Jeannine Trévidic disse...

Do Segredo das artes! ai ai ai!

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