Vai-te, Poesia!
Deixa-me ver friamente
a realidade nua
sem ninfas de iludir
ou violinos de lua.
Vai-te, Poesia!
Não transformes o mundo
descarnado e terrível
num céu de esquecer
com mendigos de nuvens
famintos de estrelas
e feridas a cheirarem a cravos
- enquanto os outros, os de carne verdadeira,
uivam em vão
a sua fome de cadelas
e de pão.
Vai-te, Poesia!
Deixa-me ver a vida
Exacta e intolerável
neste planeta feito de carne humana a chorar
onde um anjo me arrasta todas as noites para casa pelos
[ cabelos
com bandeiras de lume nos olhos,
para fabricar sonhos
carregados de dinamite de lágrimas.
Vai-te, Poesia!
Não quero cantar.
Quero gritar!
José Gomes Ferreira

Jaime Pitarch
5 comentários:
O grande J.Gomes Ferreira!!!!!!
ENORME!!!!!!!!!!!
beijo.
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A culpa é da poesia. Foi assim que tudo começou.
gosto do escalpe do J.G. F. à poesia e do outro.
Que fotografia fantástica!
Desculpa - não percebi que tinha enviado para ti aquele comentário. Não era para ti mas para um dos membros do blog do saber das artes.
(Acho que estou a escrever bem)
Bom, de qualquer maneira gosto destes desencontros/encontros. Vou dar uma volta pelo teu blog.
Até logo
Do Segredo das artes! ai ai ai!
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