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Laurie Simmons
arquivo de emoções do fundo do estômago
A outra casa de Hölderlin, no silêncio
A primeira casa de que no silêncio ouvi falar.
A de outrora. De que não mais se fala. O
vácuo.
A seda de que era feito o livro. Um
fundo de damasco lavrado de figuras
isoladas.
Não falar nunca, no silêncio, sobre a a casa.
A que era própria dos sons. Casa
límpida,
para ressoarem os livros. Rever a pluma
e a escrivaninha insólitas. Na cena. Na casa
solitária.
Que volte a ser minha. Que eu alcance a
graça do lugar absurdo. Esse círculo,
ao reler.
um dia mostro quais as palavras que se devem
recortar pelo p.i.c.o.t.a.d.o ------------ recortar pelo p.i.c.o.t.a.d.o
Sozinha estou entre paredes brancas
Pela janela azul entrou a noite
Com seu rosto altíssimo de estrelas.
Sophia de Mello Breyner Andresen