sexta-feira, 27 de julho de 2007

Quarto interior


Na cómoda algumas gavetas

com os caprichosos guinchos da madeira

não só entoavam sons como aspergiam

o ar de antiquíssima alfazema.

Moviam-se devagar para o regaço,

aceitavam escassamente a luz,

gemiam até estancarem

abertas e exalarem

por fim a plena

onda de aroma.



Fiama Hasse Pais Brandão

3 comentários:

intruso disse...

[a admirável Fiama

grande poeta do aqui, do particular...]

Frioleiras disse...

Alfazema

gosto,
gosto muito...
cheiros de infância (?)

Fiama sabia...

Contudo, há sp qualauer coisa de "morto", de parado
(na alfazema) ...

merdinhas disse...

Antiquissíma alfazema...

resistem ainda uns saquinhos de uma bisavó.

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